sexta-feira, 24 de abril de 2009

Gruta do Zambujal, Sesimbra.

Descoberta a 18 de Junho de 1979 na frente de lavra da pedreira Tecnobrita, levou ao embargo da exploração da pedra, devido à intervenção do Presidente da Câmara de Sesimbra, Ezequiel Lino. Foram colocados guardas junto às entradas e pedidos pareceres a geólogos ( Profs. Georges Zbyzewski e Veiga Ferreira ) e à Associação Portuguesa de Investigação Espeleológica. Com base nesses pareceres, foi decretado sítio classificado de interesse espeleológico, pelo Decreto-Lei 140/79 de 21 de Maio. O ponto 3 do artº 3º não foi cumprido, visto que até à data não se publicou qualquer regulamento de funcionamento e defesa do sítio. No local, procedeu-se entretanto ao encerramento, com grades de ferro, das duas aberturas conhecidas. Para evitar trepidações nas áreas próximas, a Tecnobrita recebeu, por troca uns terrenos na Serra da Achada, próximo do Calhariz, em pleno Parque Natural da Serra da Arrábida. Posteriormente, uma das grades de uma entrada é destruída, o que permite alguns actos esporádicos de vandalismo, especialmente na sala superior. Entre Setembro e Novembro de 94 a exploração de pedra que avançava por Sudeste do local, causa ( devido à utilização de cargas explosivas) danos graves na Gruta, originando grandes fendas e fissuras longitudinais e transversais que fazem desabar parte do tecto da sala superior.
Em 1998 é constituída a Sociedade Grutas Senhora do Cabo cujo capital social (5 mil contos), é detido em 30% pela Câmara de Sesimbra, 30% pela Tecnobrita e, 40% pela Proporção.

A SGSC candidata-se com um projecto ao SIFT, a fundo perdido, do Fundo do Turismo, uma verba próxima dos 250 mil contos. Em Janeiro de 1993 o Sr. José Galo adquire os terrenos à Tecnobrita e os respectivos 30% do capital social da SGSC, pelo valor de 125 mil contos. Durante 1993 o Sr. José Galo adquire os 40% detidos pela Proporção, ficando assim com 70% do capital social da SGSC contra os 30% da Câmara de Sesimbra. É criada entretanto a Jovigruta a quem o Sr. José Galo cede o total da sua participação no capital social da SGSC. De salientar que a Jovigruta, é constituída pela mulher, filhas do Sr. José Galo, genro e pelo próprio. A SGSC nunca fez nada de visível no local, e é constituída maioritariamente por outra empresa que pertence na totalidade aos familiares da mesma pessoa que detém a exploração das pedreiras. Até ser descoberta, a gruta estava conservada do contacto directo com o ambiente exterior, excepto pelas ligações fissurais e intersticiais, possuindo então uma fauna cavernícola com espécies não anomizadas.
Desde a sua descoberta que a Gruta do Zambujal vem sofrendo contínuos atentados, que acabarão por acarretar a perda deste importante património, caso não sejam tomadas medidas urgentes no sentido da sua real protecção e conservação.

O monstro já era assim em 1998.

O monstro visto do espaço.



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